Andrielle e as amigas:
O dia 26 de janeiro foi um dia atípico na casa da família Righi. Andrielle, a primogênita da família acabará de completar 22 anos, a comemoração aconteceria na Boate Kiss.
O clima do dia anterior era de mais pura festa entre meninas, jovens que curtiam a recém fase adulta repleta de expectativas, Andrielle se encontrava em casa, mais precisamente no quarto da caçula Gabrielle, se preparando para o que seria apenas uma noite de diversões.
A mãe Ligiane Righi ainda lembra da alegria da filha no que seria seus últimos momentos de vida .
Ligiane viria a filha pela última vez naquela mesma noite, por volta das 20 horas, quando a jovem foi entregar a chave da casa para mãe que estava na casa ao lado, a casa da vó que se recuperava de uma cirurgia. Andrielle nunca mais voltaria para casa.
A madrugada que nunca teve fim:
Era madrugada na casa de Ligiane, ela e o esposo Flávio foram acordados com o medo de todos os pais, um telefonema sobre seus filhos na madrugada. Do outro lado da linha era Marília, prima de Flávia, uma das amigas e vítima do incêndio, que ligará desesperada para a família de Andrielle avisando sobre o que seria um principio de incêndio dentro da Boate Kiss, Vitória, Gilmara, Mirella, Flávia e Andrielle teria conseguido sair da boate mas estavam desaparecidas.
“Flávio e eu saímos para buscar as gurias mas não imaginávamos o horror que viveríamos naquele domingo. Fomos direto para a Kiss mas estava interditada e então decidimos ir para os hospitais, fomos para o hospital da caridade era um caos, todos desesperados procurando seus filhos e por notícias.” Destacou Ligiane que também comentou sobre como não havia percebido as horas passarem, de repente já era manhã e nada de Andrielle e das amigas.
Durante a procura Ligiane e Flávio encontram os pais das amigas da filha e continuaram as buscas juntos se dividindo para encontrá-las, apenas a maternidade foi poupada.
Uma difícil decisão:
Os corpos das vítima eram levados para o ginásio de esportes da cidade, e Ligiane decidiu que iria com o marido até o local para verificar se Andrielle estaria lá. Flávio relutou, que pai não relutaria, principalmente quando ainda existia uma ponta de esperança em encontrar a filha viva, mas foram ao encontro do que seria o pior momento das suas vidas.
‘Naquele dia eu ligava para Andri e nada dela atender.” Comentou Ligiane.
No ginásio, Ligiane sentou-se após sentir uma tontura e comentou com o marido que não veria a filha morta.
“Escutamos os nomes de quem estava no hospital, dava o nome das gurias, Flávio falou com o senhor que estava no microfone que elas não estavam no hospital e o senhor nos avisou que era para nós irmos que elas estariam lá.”
Ligiane recebeu uma ligação esperançosa de que a filha estaria no leito 6 do hospital e que uma pneumologista a atendeu e que Andrielle não teria precisado ser entubada, a mãe saiu correndo. Não era ela, era outra menina, com o nome parecido, Adriele.
O corpo de Andrielle realmente estava no ginásio junto aos corpos das amigas, foi Flávio que identificou a filha e que afirmou “Eu não posso deixá-la aqui.”
A sensibilidade do momento não teria sido apenas para Ligiane e Flávio, outros pais entraram no ginásio para vivenciarem seus piores pesadelos.
(Continua na parte 2. Clique aqui para conferir,)