
Na manhã dessa quinta-feira (10), a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva contra um empresário, responsável por um grupo de donos de carvoarias no Maranhão. A prisão foi realizada na cidade de Grajaú, no Sul do Maranhão, durante a segunda fase da operação ‘Sem Descanso’.
A operação, que teve a primeira fase iniciada em abril deste ano, visa reprimir o crime de redução de trabalhadores à condição análoga à de escravo em carvoarias do Maranhão. A investigação iniciou-se a partir do resgate de 11 pessoas no município de Mirador, em julho de 2021, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Maranhão.
Conforme apurado, as vítimas trabalhavam em uma das várias carvoarias dos suspeitos e estavam sendo submetidas à jornada de trabalho exaustiva, especialmente os carbonizadores e as cozinheiras.
Segundo apurado pela PF, os trabalhadores só tinham descanso a cada 40 dias, que é quando receberiam o pagamento ‘mensal’, obtendo cinco dias de folga, incluído o dia de ida e volta para casa. Ou seja, durante 40 dias eles trabalhavam de domingo a domingo, sem haver o intervalo mínimo interjornadas.
Outra irregularidade encontrada foi a jornada de trabalho diária extremamente exaustiva.
Em relação às cozinheiras, cada Unidade Produtora de Carvão (UPC) possuía apenas uma, a qual era responsável não só pelo preparo de todas as refeições para cerca de 25 pessoas daquela unidade, como também pela higienização e limpeza de toda edificação de apoio e alojamento. A jornada de trabalho das cozinheiras começava às 4h e terminava as 13h, retornando ao trabalho às 15h, indo a até 19h.
Já os carbonizadores, que exercem trabalho reconhecidamente insalubre, tinham jornada de 24 horas, de maneira intercalada, inclusive durante a madrugada.
Diante desses fatos graves, após representação da Polícia Federal no Maranhão, foram expedidos mandados de busca e apreensão em desfavor dos investigados, com a finalidade de apreender computadores, mídias e outros materiais relacionados ao caso, com o objetivo de identificar outras vítimas exploradas nas carvoarias dos suspeitos, demais envolvidos no esquema criminoso e o valor ilicitamente recebido pelos investigados com a prática do delito. A partir da análise do material apreendido, identificou-se outras carvoarias dos suspeitos.
Fonte: G1 MA.