
As mortes de dois índios Guajajara no último sábado (3), nas cidades de Amarante do Maranhão e Arame, em áreas pertencentes à Terra Indígena Arariboia, estão sendo investigadas pelas delegacias dos dois municípios, com a apoio das regionais de Imperatriz e Barra do Corda. Janildo Guajajara foi atingido com um disparo de espingarda nas costas quando voltava de uma festa em Amarante do Maranhão, enquanto Jael Guajajara foi encontrado morto junto de sua moto por populares, após um atropelamento. No caso de Janildo, uma testemunha foi ouvida, e a polícia já tem um suspeito de atirar contra o índio.
“Teve a presença de uma criança que presenciou o fato e, inclusive, o disparo também pegou nela. Essa testemunha foi ouvida pelo delegado de Amarante, e essas diligências estão sendo realizadas para verificar a motivação do crime e definir a atribuição”, disse o delegado regional de Imperatriz, Alex Coelho.
Nessa terça-feira (6), uma comissão de caciques de aldeias da Terra Araribóia esteve em Amarante do Maranhão para acompanhar as investigações. Uma das hipóteses levantadas pelos caciques é que as mortes de Janildo e Jael tenham ligação com a ação de madeireiros e caçadores na região. As lideranças indígenas cobram agilidade nas investigações e pedem mais proteção das autoridades. Ao todo, seis índios guardiões da floresta foram assassinados desde que o grupo foi formado no estado, há 15 anos.
A Terra Indígena Araribóia tem 423 mil hectares de extensão e uma população estimada de 12 mil indígenas. A reserva registra a maioria dos casos de assassinatos no Maranhão, com 35 mortes nos últimos 10 anos.